terça-feira, 13 de outubro de 2015

O inferno astral

No inferno astral é assim: você descobre que aquela pessoa tão simpática do seu trabalho  na verdade é uma f...da p...(sorry, por isso); você não consegue dormir à noite, porque passa a ter intensos pesadelos, um deles que você perde o emprego, a honra, o cachorro e o namorado, tudo no mesmo dia; seu filho(a) fica doente do nada, uma doença estranha e de natureza desconhecida ou difícil de curar; seu telefone não para de tocar e você não tem vontade de atender, achando, por um delírio paranoico, que só pode ser uma notícia muito, muito, muiiiiito ruim; o seu apartamento tem problemas de encanamento e você tem certeza que o sistema de gás do prédio está falhando; alucina que ao acender um fósforo, o fogão vai explodir inteiro na sua cara; sai pro trabalho num dia lindo de sol, mas tudo o que  consegue lembrar é daquele índio,  o“ Touro Sentado” no “Enterrem o meu coração na curva do rio”: “Today is a big day to die”. Então sim, você sabe que ultrapassou todos os limites e sim, está enfrentando o seu trânsito  estelar pra lá de infernal...

Os pontos positivos do inferno astral são que: você fica mais vulnerável; uma vez vulnerável, você lembra que é humano e limitado, cheio de erros, defeitos e loucuras...ou seja, humildade, aquela qualidade que um monte de gente, na maior parte do tempo,  não sabe mais o que é...

As loucuras são particularmente coisas que aderem facilmente na minha natureza...rs. Deve estar no gene. Meu pai sempre se achou louco, embora minha mãe dissesse que ele “se fazia de louco pra viver”....rs (mama tinha um senso de humor excessivamente realista!).

Bom, loucuras à parte, creio que os seres humanos não foram feitos pra serem normais. A normalidade é um ideal jamais atingido e se há gente que seja normal deve ser muito chata e cansativa. Quero passar longe dessas pessoas. Lembrei-me disso porque volta e meia vejo gente, principalmente no trabalho, fingindo que é normal, e, pior ainda, superior, ah, meu pai, que gente chata!

Dá-me uma angústia, um tédio, uma vontade de dar um tabefe na cara dessas pessoas...mas, o que eu consigo fazer é ser irônica. Nem sempre a ironia é uma arma bacana. Descobri com o tempo (oh, doce maturidade!) que é melhor se fazer de inocente. Fingir, porque, claro está, não somos inocentes,  já fomos expulsos do paraíso tem tempo...

Assim, quando aquele chato do seu trabalho vier se vangloriar de algo, olhe pra ele com a sua cara mais inocente, seu cheiro de lavanda e seus olhos de lince e diga: “Jura? Nossa! Você realmente se superou....”


Hehehe...ele vai notar que foi longe demais. Se não notar, é porque o cara é louco (não como nós malucos beleza de moral reta e fofa, mas louco da pior espécie).Fuja desses!

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

PROCURA-SE UM MARIDO DE ALUGUEL

Uma amiga me contou uma vez de um site :  “maridos de aluguel”. Fui visitar o tal site que  era uma confusão só e eu sou impaciente em tudo, mais ainda com a internet (se entro num endereço eletrônico que tenho que perder horas e digitar um monte,  saio correndo) .

Pra quem não sabe o “maridos de aluguel” são serviços que os maridos não fazem...oopssss...rs...não aquele que os maliciosos podem pensar. São só pedreiros, faxineiros, bombeiros, marceneiros e outros eiros, comuns em roteiros de filmes pornô...hehehe...

Mas o caso aqui é sério, porque eu, claro está, só falo seriamente!

O porteiro liga:

Está chovendo no apartamento da vizinha!!

- Chovendo?????

Descubro que a chuva se resume a um ponto no teto e que o responsável é o “ joelho” detrás da privada de meu banheiro social. Descubro também que minha pia do outro banheiro está vazando água e que também a do lavabo , assim como a pia da cozinha parece desnivelada. Num minuto começo a reparar milhões de problemas que antes não pareciam estar lá. Ou  eu, desligada que sou, não percebi que estavam.

Mas agora, eu os enxergo TODOS. Como não conheço ninguém que resolva nada neste planeta, vou a uma casa de construção e peço o nome de um “handyman”.

 Claro que o meu prédio tem um “ZELADOR” seja lá o que signifique isto, e claro que nos prédios dos meus amigos um zelador é uma espécie de “faz-tudo”, mas, no meu prédio (oh, karma!) ninguém ainda descobriu o quê exatamente o zelador faz...

Tudo o que se sabe é que ele tem pinta de lorde inglês, embora a aparência de suburbano, vive na rua resolvendo algum problema que nunca ficamos sabendo qual é,  só dá bom dia quando decide por algum motivo inexplicável , vai ver a maledeta da síndrome bipolar , comum nesses dias, principalmente em horários de trabalho.

É lógico que eu nunca pediria a um tipo deste pra fazer qualquer coisa no meu apartamento...  

Então sim, eles me deram um número de telefone de um sujeito. O papel era escrito à mão e parecia folha de caderno, já vi outros feitos em gráfica, mas eles me deram este, o que achei sinal de que o sujeito ia cobrar barato...

Ele chegou a minha casa às onze, eu tinha marcado às nove.Ele não resolveu o problema no mesmo dia ,  demorou pra fazer o serviço, ,minha filha ficou com fome, ofereceu almoço a ele, que aceitou  e ele almoçou com ela, mas não resolveu o problema. Isso era quinta. Voltou na sexta, no horário do almoço, almoçou de novo conosco, inventou um monte de problemas novos, já era tarde e era fim de semana, , marcou pra terminar na segunda e ainda deixou uma torneira vazando horrores. Voltou na segunda no meio da tarde. Resolveu uma parte dos problemas, e , quando foi consertar a minha torneira, que na verdade são duas, consertou uma e quebrou a outra que estava boa até então...

É claro que cobrou os tubos, nada baratinho, como eu esperava. Cobrou o preço dos dias de trabalho(sendo que ele não trabalhou os dias inteiros) e não dos serviços. Justificou dizendo que ele não trabalha todos os dias. E eu com isso?

Paguei reclamando e ele achou que eu sou muito “brava” e “exagerada”.


Ficou de voltar na outra sexta, Voltou quase de noite. Mandei-o de volta, brava de verdade desta vez, e a torneira(que estava boa) está pingando até hoje...